Azul é a Cor Mais Quente, de Abdellatif Kechiche 
Jovem e Bela, de François Ozon 
Nebraska, de Alexander Payne 
O Passado, de Asghar Farhadi 
Inside Llewyn Davis, de Joel e Ethan Coen 
Minha Vida com Liberace, de Steven Soderbergh 
Só Deus Perdoa, de Nicolas Winding Refn 
Borgman, de Alex Van Warmerdam
Escudo de Palha, de Takashi Miike
A Grande Beleza, de Paolo Sorrentino
Grisgris, de Mahamat-Saleh Haroun
Heli, de Amat Escalante
O Imigrante, de James Gray
Jimmy P., de Arnaud Desplechin
Michael Kohlhaas, de Arnaud des Pallières
Only Lovers Left Alive, de Jim Jarmusch
Pais e Filhos, de Hirokazu Kore-eda
A Pele de Vênus, de Roman Polanski
Um Castelo na Itália, de Valeria Bruni-Tedeschi
Um Toque de Pecado, de Jia Zhangke


CANNES 2013 | PREMIAÇÃO FINAL:


Cannes #12

PALMA DE OURO: para o filme La vie d'Adèle-Chapitre 1 & 2, de Abdellatif Kechiche, e suas duas interpretes, Léa Seydoux et Adèle Exarchopoulos
GRAND PRIX: Inside Llewyn Davis de Joel e Ethan Coen
DIREÇÃO: Amat Escalante por Heli
PRÊMIO DO JÚRI: Tel père, tel fils de Kore-Eda Hirozaku
ROTEIRO: A touch of sin de Jia Zhangke
INTERPRETAÇÃO MASCULINA: Bruce Dern por Nebraska de Alexander Payne
INTERPRETAÇÃO FEMININA: Bérénice Bejo por Le Passé de Asghar Farhadi
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Blog do Bonequinho: "O júri presidido pelo cineasta americano Steven Spielberg concedeu a Palma de Ouro ao polêmico “La vie d’Adèle – Chapitre 1 et 2”, do diretor tunisiano Abdellatif Kechiche, no 66º Festival de Cannes. Arrebatador, o longa, que mostra o intenso e despudorado relacionamento entre duas mulheres, também foi agraciado com o Prêmio da Crítica. O elogiado “Inside Llewyn Davis”, dos irmãos Joel e Ethan Coen, abocanhou o Grande Prêmio do Júri"

Le Film Français: quadro de avaliação dos filmes pela crítica internacional

Site oficial do Festival de Cannes: cerimônia de encerramento, na íntegra


CANNES 2013 | 25 de maio, 11º dia:

Cannes #11


> ONLY LOVERS LEFT ALIVE (de Jim Jarmusch)

Luiz Carlos Merten: "E aí veio o Jasrmusch, com seus filmes de vampiros, em que Tilda Swinton e Tom Hiddleston atravessam os séculos e a histórias das literatura. Shakespeare, Christopher Marlolwe, Schubert, uma plêiade de roqueiros do século 20 – Hiddleston é o inspirador de todos. Como todo Jarmusch, Only Lovers Left Alive é cool, irônico e, desta vez, também singularmente romântico. Os vampiros compram sangue de hospitais e, no limite, quando são forçados a atacar as pessoas. Hiddleston e Tilda não matam, convertem. Achei bem bom, mas não necessariamente grande."

Blog do Bonequinho: "Neste ano em que Cannes se permitiu rir, abrindo vagas em sua competição para comédias, Jarmusch trouxe uma reflexão sobre a decadência cultural dos EUA disfarçada em uma trama sobre imortalidade. De quebra, deliciou a plateia com a nudez de Tilda Swinton, revelando belezas até então imperceptíveis no jeitão amalucado de a atriz se vestir."

 UOL Filmes: Depois do clipe de Bowie, Tilda Swinton vive vampira em "Only Lovers Left Alive".


> LA VENUS A LA FOURRURE (de Roman Polanski)


Blog do Bonequinho: "Aos 79 anos, cheio de deboche em seu trato com a imprensa, Roman Polasnki fechou a competição pela Palma de Ouro de 2013 do 66° Festival de Cannes com uma carta de amor ao teatro em forma de longa-metragem : “La Vénus à la fourrure”. Em matéria de aplausos, o filme recebeu o que houve de mais parecido possível (nas sessões para a imprensa deste ano) com uma ovação."

Luiz Carlos Merten: "No último dia, veio um belo filme de Roman Polanski, o melhor do diretor desde O Pianista, e isso inclui obviamente O Escritor Fantasma, que ganhou, um tanto excessivamente para mim, todos aqueles prêmios. La Venus a la Fourrure baseia-se numa peça de David Ives, por sua vez adaptada do livro de Sado-Masoch. Logo na abertura, dá para perceber que será uma coisa especial. Sob um céu de chuva, a câmera avança por uma rua iluminada por relâmpagos, até chegar a um teatro. A música de Alexander Desplat cria o clima (obsessivo? Angustiante? Jubilatório?). A câmera entra pelo saguão, pela platéia – e logo Emmanuelle Seigner, mulher do dfoiretor, aparece como a atriz que vem fazer um teste."

UOL Filmes: "Roman Polanski surpreende mais uma vez. Seu novo filme, "La Venus a la Fourrure" ou "Vênus em Casaco de Pele", em tradução livre, foi o último exibido na competição de Cannes, que neste domingo (26) anuncia seus premiados. Depois de filmes em que parecia ter medo de arriscar, como "O Escritor Fantasma" e "Deus da Carnificina", "Venus in Fur" mostra mais ousadia. É seu primeiro filme rodado em francês, com apenas dois personagens e todo passado dentro de um teatro."


CANNES 2013  | 24 de maio, 10º dia:


Cannes #10


> MICHAEL KOHLHAAS (de Arnaud des Pallières)

Blog do Bonequinho: "Adaptado do romance homônimo de Heinrich von Kleist, o épico capa & espada "Michael Kohlhaas", do francês Arnaud des Pallières, levou uma aura de "Coração valente" à briga pela Palma de Ouro no 66º Festival de Cannes. Apesar do esplendor de sua direção de arte, o filme se rende a uma estrutura narrativa clássica com nenhuma vaga para a invenção."

The Guardian: "Baseando-se em sua fonte, Pallières garante substância à seu filme e acrescenta muito estilo visual. Mas o filme se arrasta quando deveria 'galopar'."


> THE IMMIGRANT (de James Gray)

Blog do Bonequinho: "Xodó da crítica francesa, para quem ele é o novo Francis Ford Coppola, o diretor americano James Gray veio a Cannes disposto a ganhar algum prêmio de destaque, se possível a Palma de Ouro, com seu novo filme "The immigrants". Mas a recepção ao longa-metragem protagonizado por Marion Cottilard foi dividida. A temperatura em torno da produção esfriou ainda mais pela ausência de Joaquin Phoenix, garoto enxaqueca de Hollywood, que faltou à coletiva de imprensa. Tudo indica que Phoenix não virá para a sessão de gala hoje à noite. Seu desempenho na tela é o único ponto pacifico nas discussões acerca do drama filmado por Gray."

Luiz Carlos Merten: "Cá estou um tanto decepcionado, depois de assistir ao James Gray. Não que The Immigrant seja ruim. O filme tem uma bela ambientação em Nova York, no começo do século passado, mas confesso que a história das duas irmãs não me apanhou, pelo menos como esperava ser apanhado."

UOL Filmes: "Como a competição decepcionou bastante até agora, havia muita expectativa em torno de "The Immigrant", o novo filme do americano James Gray ("Amantes", "Os Donos da Noite"). Boa parte da imprensa saiu decepcionada da sessão na manhã desta sexta. É um filme lindo, sensível e muito bem dirigido, mas que deve sofrer com esse excesso de expectativa na reta final do festival."


CANNES 2013  | 23 de maio, 9º dia:



Cannes #9



> NEBRASKA (de Alexander Payne)

Blog do Bonequinho: "Enfim depois de nove dias de competição, a briga pela Palma de Ouro do 66º Festival de Cannes recebe algo que poderia ser definido como um filme mágico: "Nebraska", de Alexander Payne. Fazendo da simplicidade sua matéria prima, o novo longa-metragem do diretor de "Os descendentes" tem a grandeza que um ganhador da Palma dourada precisa e deve ter. Sua exibição comoveu os dois mil espectadores da maior sala do Palais de Festivals. Foi risada para todo lado, aplauso durante a projeção e fungadas de choro no final."

Luiz Carlos Merten: "Tive hoje outra epifania com  o novo Alexander Payne. Não tinha muita expectativa por Nebraska e nem sabia do que se tratava. Homem de pouca fé! Nebraska é sobre um filho que acompanha o velho pai, que parte em busca de um bilhete premiado de US$ 1 milhão."

Awards Daily: "É o nome de um dos melhores álbuns de Bruce Springsteen e é agora o nome de um dos melhores filmes de Alexander Payne."



> LA VIE D'ADELE (de Abdellatif Kechiche)


Blog do Bonequinho: "Sua exibição acaba de terminar, depois de 2h59m de sexo explicito e faminto entre a ninfa Adèle Exarchopoulos e a igualmente bela Léa Seydoux. O longa-metragem de Kechiche concentra fogo no processo de descobertas sexuais e emocionais de uma jovem, Adèle (vivida por Exarchopoulos com uma entrega comovente), dos 15 anos à idade adulta."

Luiz Carlos Merten: "Já acho difícil, porém, que A Vida de Adèle não ganhe pelo menos o prêmio de atriz para Adèle Exarchopoulos. Ela é magnífica, embora Léa Seydoux também seja ótima, e há o precedente de premiações conjuntas em Cannes"

Awards Daily: "La Vie d'Adele evita a armadilha. Ele define a sua verdade desde o início e a carrega satisfatoriamente até o fim."


> ATÉ VER A LUZ (de Basil Da Cunha)

Live Orange: " Ate ver a Luz é o primeiro longa-metragem do diretor luso-suíçoBasil da Cunha e sua terceira apresentação na Croisette depois que seus curtas-metragens anteriores foram exibidos".

Blog do Bonequinho: "a formidável produção portuguesa “Até ver a luz”, de Basil da Cunha, centrada no cotidiano de jovens negros pobres de Lisboa. Foi o achado da Quinzena dos Realizadores do dia, quiçá de todo o festival até agora, com sua reflexão sobre o sentimento de desterro dos que não se sentem pertencentes a uma nação pela controvérsia da cor. O método de direcção de atores, sobretudo do protagonista, Pedro ferreira, faz lembrar Pedro Costa, um dos maiores diretores de Portugal."


CANNES 2013  | 22 de maio, 8º dia:


Cannes #8


> ONLY GOD FORGIVES (de Nicolas Winding Refn)

Blog do Bonequinho: "O novo filme do dinamarquês Nicolas Winding Refn, ganhador do prêmio de melhor direção em Cannes em 2011 por "Drive", foi recebido entre aplausos e vaias, entre o repúdio e a adoração. Há quem diga que é o pior filme exibido até agora pela seleção competitiva pela Palma de Ouro de 2013, e há quem diga que é um trabalho de gênio."

Luiz Carlos Merten " Puta decepção o Only God Forgives de Nicolas Winding Fern. O filme é um thriller (um noir?) ritualistico desenrolado na Tailandia, onde Ryan Gosling e o irmão usam local de lutas como fachada para o trafico. "

Kléber Mendonça Filho: "E tudo isso, sabe o que significa? Significa que daqui a alguns anos, God Only Forgives estará passando numa TV, de madrugada, e eu não vou mudar de canal. Vou rever o filme, talvez com mais gosto do que Drive. As poucas coisas boas que ele tem são boas, e o que há de horrível chama muito a atenção, principalmente por esse filme ser uma coisa muito rara na arte: um desastre com caráter e personalidade."


> GRISGRIS (de Mahamat-Saleh Haroun)

Spoiler Movies: "E nessa espécie de BILLY ELLIOT africano, simpático no pior sentido, de movimentos inábeis, de cores vermelhas, em motor perpetuo de amor e violência, à deriva na noite, nas boates, na discoteca, em busca de sonhos e dinheiro, se filma um conto ingênuo, escrito sob medida para Souleymane Deme, o ator, também dançarino, também deficiente."

Blog do Bonequinho: "Desapontamento cercou a sessão de “Grigris”, a única produção africana (rodada 100% no continente) na seleção competitiva pela Palma de Ouro do Festival de Cannes de 2013. Único realizador de longas em atividade no Chade, Mahamat-Saleh Haroun fez coisa melhor no passado, a começar por “O homem que grita”, pelo qual ganhou o Prêmio do Júri na Croisette em 2010."


> ALL IS LOST (de J.C. Chandor)

Blog do Festival de Cannes: "J.C. Chandor vem pela primeira vez a Cannes - Fora da Competição - para exibir seu segunda longa-metragem, All is Lost. Uma história de um náufrago que mostra a luta de um homem, Robert Redford, confrontando o oceano ele próprio."

Awards Daily: "Robert Redford está tão bem neste filme que se ele já não tivesse uma história tão longa no cinema, este filme seria capaz de lançar sua carreira. Apesar dessa história, Redford foi indicado para Melhor Ator apenas uma vez, em 1974, por The Sting. Com esse filme ele vê a possibilidade de uma segunda indicação, em 2014, com 78 anos."

Blog do Bonequinho: "Fez enorme sucesso na Croisette a projeção hour-concour do thriller-catástrofe "All is lost", com Robert Redford sozinho em cena durante uma hora e 40 minutos de conflitos contra a natureza."

CANNES 2013  | 21 de maio, 7º dia:

Cannes #7

> BEHIND THE CANDELABRA (de Steven Soderbergh)

Blog do Bonequinho: "No ano em que o Festival de Cannes vem investindo em filmes de gênero como thrillers policiais, um romance construído com base em todas as regras lacrimosas do filão encantou a Croisette nesta manhã: "Behind the candelabra'", de Steven Soderbergh. Em competição pela Palma de Ouro, o filme foi aplaudido quatro vezes conforme os créditos finais subiam, deixando evidente sua força na disputa por prêmios em especial o de melhor ator. O difícil é saber quem merece mais: Michael Douglas, reinventando-se no papel do pianista imortalizado na cultura pop por seu visual extravagante, ou Matt Damon, sublime na pele de Scott, namorado do músico de 1977 até os idos de 84."

Luiz Carlos Merten " Todo mundo solta a franga, Soderbergh carrega no imaginário gays. Tudo é muito cafona, vulgar. Sorry, mas nem com boa vontade dá para gostar. Soderbergh virou faz-tudo no pior sentido. Depois do Che, Lee. Vira tudo a mesma coisa. A mesma? What a fuck um filme desses faz na competição?"

Awards Daily: "Soderbergh fez seu melhor filme em anos"


> LA GRANDE BELEZZA (de Paolo Sorrentino)

Kléber Mendonça Filho: "As duas horas e vinte e dois minutos do filme sugeriam um copião sem rumo de um jovem cineasta que assumiu o projeto comercial de atualizar A Doce Vida para o século 21, desta vez com cores, steadicam e nenhuma vergonha."

Luiz Carlos Merten: "Com grande potência nas imagens, Sorrentino filma festas, suicidios e enterros para dar seu testemunho sobre um mundo em que reinam o cinismo e a falsidade. Qual é o papel da arte nisso tudo?"

UOL Filmes: ""La Grande Bellezza", filme do italiano Paolo Sorrentino, recebeu os mais fortes aplausos até agora na sessão de imprensa do Festival de Cannes 2013 e se tornou um dos favoritos à Palma de Ouro. O evento exibiu até agora dez dos 20 concorrentes."


> LES SALAUDS (de Claire Denis)

Blog do Bonequinho: "Sem preocupação em ser didática em seu discurso narrativo cheio de elipses e saltos cronológicos, Claire faz da sensorialidade a única bússola para que o espectador não se perca na ciranda de reviravoltas deste thriller protaganizado pelo ótimo Vincent Lindon. Chiara Mastroianni vive a amante de um magnata que atrai sexualmente um marinheiro (Lindon) para um mundo de segredos. Mas o protagonista tem por si só contas a acertar com esse milionário adúltero."

The Guardian: "Talvez pela primeira vez, tive a sensação de que a abordagem meticulosa de Denis era pouco mais que um ato de ocultação".


CANNES 2013  | 20 de maio, 6º dia:

Cannes #6


> WARA NO TATE | Shield of Straw (de Takashi Miike)

Blog do Bonequinho: "Ninguém sabe ainda quem vai ganhar a Palma de Ouro de 2013, mas já se sabe que o prêmio de pior filme até agora pertence a "Shield of straw", de Takashi Miike. Vaiado impiedosamente ao fim da projeção, o thriller de ação de 2h05m dirigido pelo cineasta nipônico, de 52 anos, tem um roteiro com buracos inexplicáveis, além de se valer de um clichê atrás do outro."

Awards Daily: "Shield of Straw é um filme tão frustrante de assistir e provavelmente por isso foi o único filme até agora no festival a receber o famoso coro de vaias de Cannes."


> UN CHATEAU EN ITALIE (de Valeria Bruni-Tedeschi)

Blog do Festival de Cannes: "O cinema de Valéria Bruni Tedeschi está sempre à flor da pele, entre risos e lágrimas, sempre sobre um fio. Um fio frágil e sensível, como a sua voz, suave e rouca ao mesmo tempo.

Robbie Collin: "Un Chateau en Italie é uma comédia de costumes conservadores e o filme mais classe média de Cannes2013".


> AS LAY I DYING (de James Franco)

Blog do Bonequinho: "Fora da briga pela Palma de Ouro, "As I lay dying" trouxe nesta segunda-feira, na mostra Un Certain Regard, James Franco no posto de ator e diretor. Umas das produções mais esperadas de toda a mostra, o drama de época traz uma atuação irretocável de Franco, que leva para as telas o romance homônimo de William Faulkner, traduzido no Brasil como "Enquanto agonizo". Na tela, uma família passa por uma série de provações em um momento de luto."

The Guardian: "a adaptação do romance de William Faulkner de James Franco, mesmo que não seja totalmente bem-sucedida, é uma tentativa corajosa e interessante de retratar um filme com um alto grau de dificuldade."

CANNES 2013  | 19 de maio, 5º dia:

Cannes #5


INSIDE LLEWYN DAVIS (de Joel e Ethan Coen)

Spoiler Movies: "Com INSIDE LLEWYN DAVIS, os irmãos mais vangloriados do cinema indie americano repercutem as hilariantes virtudes de BARTON FINK, assim como o caráter cínico de UM HOMEM SERIO e a ironia acachapante de QUEIME DEPOIS DE LER para narrar às vicissitudes de um loser que tenta a todo custo invadir a cena musical da Greenwich Village pré-Bob Dylan."

Luiz Carlos Merten: "Até gostei da cena inicial do novo filme deles, Inside Llewin Davis, que se passa num café de Nova York, em 1961, mostrando uma apresentação do artista folk do título. Mas logo Ethan e Joel começam a exibir seus truques – e o mais notório deles é sempre tratar seus personagens, principalmente a galera secundária, como boçais, de forma a que o público se sinta mais inteligente."

Folha de São Paulo: "A tragicomédia sobre Llewis Davis (Oscar Isaac, fortíssimo candidato ao prêmio de melhor ator), um músico folk que não consegue emplacar na Nova York dos anos 1960, foi o filme da competição mais aplaudido até agora"


> BORGMAN (de Alex Van Warmerdam)

Luiz Carlos Merten:" Borgman é sobre um sujeito que invade uma casa burguesa e promove um banho de sangue. Como se chamava aquele filme do Michael Haneke? Funny Games? É conto da carochinha perto do de Varmerdam."

The Guardian: "O primeiro filme holandês em 38 anos a participar da competição em Cannes é uma fábula sobre o mal endêmico da classe média-alta".

Awards Daily: "Warmerdam se aproxima do conto surreal não com o drama pesado - embora haja um pouco de Samuel Becket e Franz Kafka aqui -, mas com humor. Os assassinatos acabam sendo muito mais engraçados - ams eles não são. A história Borgman é o pior pesadelo de qualquer família."


> BLOOD TIES (de Guilhaume Canet)

Blog do Bonequinho: "O longa-metragem enxaguou retinas cansadas ao retratar a violência dos EUA sob uma perspectiva sem romantismos, à la Scorsese, embora sem o mesmo virtuosismo. Clive Owen leva a plateia sangue adentro num ensaio sobre fraternidade ao lado do subestimado Billy Crudup."

The Guardian: "Blood Ties é a estréia em língua inglesa do diretor francês Guillaume Canet, que estreou em 2006 com Não Conte a Ninguém."


CANNES 2013  | 18 de maio, 4º dia:

Cannes #4


JIMMY P. PSYCHOTHERAPY OF A PLAINS INDIAN [de Arnaud Desplechin]

Luiz Carlos Merten: "Gostei bastante do novo Arnaud Desplechin, Jimmy P, que se baseia no livro do antropólogo Georges Deveraux, publicado em 1951. Jimmy P tem um subtitulo, Psicanálise de Um Índio da Planície. Conta a historia da relação entre um indio que voltou traumatizado da 2a Guerra e o antropólogo que o ajuda, por meio da palavra, a se curar da dor de cabeça que o aflige."

UOL Filmes: "Agora, Benicio volta a Cannes com um papel tão denso quanto estranho. Em "Jimmy P. – Psychotherapy of a Plains Indian", ele é Jimmy Piccard, um índio americano da etnia Blackfoot que lutou na Segunda Guerra e volta traumatizado ao seu país, com fortes dores de cabeça. Ele vai parar num hospital especializado e começa a se consultar com Georges Devereux (Mathieu Amalric), um divertido psicólogo e antropólogo húngaro que gosta de se passar por francês."

In Contention: "O diretor e roteirista francês Arnaud Desplechin, um dos mais talentosos de seu país, parece ter dirigido o filme sentado em seu sofá".


> SOSHITE CHICHI NI NARU | Like Father, Like Son (de Hirokazu Kore-Eda)

Blog do Bonequinho: "Até agora apenas um longa-metragem bota banca de ganhador de Palma de Ouro na disputa do maior frestival francês. O tal “favorito” se chama Like father, like son, veio do Japão e é dirigido por Hirokazu Kore-Eda. Se for seguir o peito de Spielberg, o corpo de jurados de Cannes tem um vencedor quentinho nas mangas.

The Guardian: "É um trabalho muito decente, embora não seja tão distinto como os dois filmes anteriores do diretor, não tão finamente observado e, pra ser sincero, um pouco esquemático e estereotipado, com lições de vida clichês. Entretanto tem charme e simpatia humana."

Luiz Carlos Merten: "Imagino que alguém vá dizer que se trata de cinema dos sentimentos – e vai agradar ao presidente Steven Spielberg -, mas a dissecação dos personagens me pareceu tão concentrada, e densa, e real, que viajei na história. Chorei – claro. E agradeci por estar sozinho no fim da sessão."


> LA DANZA DE LA REALIDAD (de Alejandro Jodorowsky)

The Guardian: "O primeiro filme de Alejandro Jodorowsky em 30 anos é um retorno triunfal, que mistura autobiografia, política, tortura e fantasia exuberantes."

Blog do Bonequinho: "um filme menos metafisico do que seu seminal “El Topo” (1970), recheado de memorias autobiográficas de sua infância e adolescência. Na trama, um pai comunista, severo, assume práticas estalinistas enquanto tenta educar seu filho a duras penas."

CANNES 2013  | 17 de maio, 3º dia:

Cannes #3


LE PASSÉ [de Asghar Farhadi]

Luiz Carlos Merten: "Tinha o filme de Asghar Farhadi de manhã, e eu que, desde a primeira hora defendi 'Procurando Elly' e 'A Separação', desta vez não gostei. Outro filme sobre separação, sobre culpa e responsabilidade, mas desta vez o autor iraniano abre tanto o leque, quer falar de tanta coisa que, no final, me deu a impressão de perder o foco, senão exatamente o rumo."

Blog do Bonequinho: "De todos os filmes exibidos em Cannes desde a abertura da 60ª edicão de seu festival anual, na quarta-feira, nenhum título foi mais aplaudido do que "Le passé", do iraniano Asghar Farhadi. Ganhador do Urso de Ouro e do Oscar de melhor filme estrangeiro com "A separação", o cineasta de 41 anos, vem mobilizando atenções com este despedaçante drama familiar"

Awards Daily: "Vai ser difícil bater o filme de Farhadi na disputa do prêmio máximo no Festival de Cannes, a Palma de Ouro. Isto porque ele é o tipo de filme que justifica um festival". 


> TIAN ZHU DING | A Touch of Sin (de Jia Zhang-Ke)

Kléber Mendonça Filho: "O todo ganha também um porte notável de crônica sangrenta, com a imagem de um cinema moderno que respeita a imagem do passado, especialmente em alguns momentos onde enquadramentos e revelações visuais apontam para o cinema de artes marciais, aqui num caos quase sempre urbano."

TimeOut: "Se os filmes de Jia frequentemente parecem presos a um subtexto que não funciona para os espectadores fora da China, 'Sin' não é excepção. Os quatro segmentos teoricamente ligados são casos retirados das manchetes recentes no país.
"
Luiz Carlos Merten: "A Touch of Sin, Um Toque de Pecado. O cinéfilo que acompanha o autor, e como não acompanhar?, sabe que Jia é um crítico feroz da economia de mercado instalada na China. Seu tema é a desumanização da vida do país em nome do progresso econômico. A novidade é que o diretor, alertado pelas histórias de violência na China atual, mostra, em quatro episódios, a reação dos deserdados. No primeiro, um homem cansado de tentar denunciar o dirigente local – a ação passa-se numa cidadezinha do interior – pega em armas e vai à caça dos ‘animais’. A carnificina segue nas demais tramas. Fiquei pasmo. E fascinado. Puta filme.


> L'INCONNU DU LAC (de Alain Guiraudie)

Luiz Carlos Merten: "O filme – cruising, caçadas gays numa praia de naturistas. Homens pelados, sexo hard (e põe hard), oral, penetração, esperma ejaculando. Juro – no começo é punk, mas logo tem um assassino ali na praia e o protagonista sabe quem é, mas se excita com o cara. É preciso coragem para mostrar um filme desses, mas o Guiraudie acerta o tom e cria um clima de suspense no limite do angustiante. Você se esquece das chupetas, das masturbações, do nu frontal e ostensivo. Fica só… O quê? A perturbação, o medo. O medo do que as pessoas, os homens, fazem uns aos outros. Lembram-se do som do vento nas árvores do parque de Michelangelo Antonioni em Blow-Up? Preparem-se para o vento de L’Inconu e para o murmúrio da água (é um lago). O aplauso foi consagrador, o maior a um filme, até agora."

Télérama: "Guiraudie explora esses dois aspectos de nossas vidas, como a luz e as trevas da tentação. Ele dá espaço para a ficção enquanto permanece dentro dos limites do que é concreto, real. (...) Ambicioso, honesto e corajoso, L'inconnu du Lac é um filme que leva a mergulhar."

MetroFrance: "Apesar de suas aparências enganadoras, L'inconnu du Lac não é realmente um filme sobre a homossexualidade, mas um mergulho perturbador sobre os meandros do desejo."


> THE CONGRESS (de Ari Folman)

Ana Maria Bahiana: "The Congress, de Ari Folman, explica o que o realizador de Valsa Com Bashir esteve fazendo nos últimos quatro anos e meio: é mais uma engenhosa, perturbadora, maravilhosa colagem/colisão de animação e ao vivo, atacando com unhas, dentes e coração mais um tema que só vale a pena ser visto por todos os lados. No caso, o poder de criar mitos e o que fazemos com ele. Elenco de sonho: Robin Wright, Jon Hamm, Harvey Keitel, Paul Giamatti. Está estreando mundialmente na Quinzena dos Realizadores em Cannes."

UOL Filmes: "Permeado de diálogos engraçados, "The Congress" conta com divertidas participações em forma de animação, como um Tom Cruise setentão que também foi escaneado e Grace Jones, que aparece para Robin num quarto com decoração anos 80. Um grande filme com uma história inventiva e bem construída, que bem podia estar competindo à Palma de Ouro."

Blog do Bonequinho: " O filme do diretor de "Valsa com Bashir" mistura uma parte inicial de 50 minutos com atores em carne e osso em cena e dedica os 70 minutos seguintes à imagens lisérgicas decalcadas de clássicos como Popeye e Betty Boop. A trama, sobre uma atriz fracassada que aceita vender sua imagem a um projeto experimental de digitalização, é cercada de farpas a celebridades como Tom Cruise e o finado Michael Jackson."


CANNES 2013  | 16 de maio, 2º dia:

Cannes #2


HELI [de Amat Escalante]

Spoiler Movies: "Seco e cruel, a história se torna ainda mais intolerável pela beleza e ritmo com os quais são filmadas. É a essência da maldade, a realidade do medo, as regras do jogo, os tiroteios, os enforcamentos, as decapitações… Tudo natural. Tudo simples. Não é pouco. Apenas insuportável."

UOL Filmes: "Seu retrato duro da pobreza mexicana pode lembrar um pouco "Cidade de Deus", mas faz um retrato ainda mais cru e realista da devastação social causada pelo tráfico. É um filme importante e corajoso, que representa bem o continente no festival e abriu muito bem a seleção."

The Guardian: "O diretor Amat Escalante dispara uma grave acusação sobre o México contemporâneo, capturando sua corrupção institucionalizada e sua crueldade endêmica."


> JEUNET ET JOLIE (de François Ozon)

Luiz Carlos Merten: "É um diretor pelo qual tenho a maior estima. Filma muito, nem sempre acerta, mas mantém um nivel médio muito bom, e volta e meia surpreende. Dentro da Casa, que ainda está no Brasil, é uma obra-prima. Jeunet et Jolie não chega lá, mas fica perto."

Awards Daily: "Jeune et Jolie é um filme muito bem feito. Marinha Vacth tem a tradicional beleza das francesas. O filme cumpre o que prometeu - mostra muita nudez e sexo, porém sem a alma que poderia ter."

Spoiler Movies: "A história é séria. O tom é leve. E Ozon se abstém de qualquer moral para filmar apenas uma aventura hormonal, enquanto o tempo passa, a projeção avança, primavera, verão, outono, inverno… Quatro capítulos pontuados por quatro canções sentimentais de Françoise Hardy. Tudo jovem, bonito, certamente agradável, onde nossa jovem escala seu direito liberal de oferta e demanda. E o diretor, idem."


> THE BLING RING (de Sofia Coppola)

UOL Filmes: "Filme de ambições modestas, The Bling Ring aperece como uma ligeira evolução na obra de Sofia Coppola. Depois de filmes de tom mais doce sobre o mundo da fama como "Encontros e Desencontros" e "Um Lugar Qualquer", ela adota aqui um tom mais cínico, leve e bem-humorado. Não deixa de ser uma crítica mordaz à futilidade dos jovens de hoje."

Kléber Mendonça Filho: "É a história real perfeita para ser adaptada por Sofia Coppola. The Bling Ring é tanto um filme sobre ser jovem e estúpido, quanto é um filme sobre Los Angeles, o segundo em sequência feito por Coppola, depois da crônica sobre vagar vazio pela cidade e pelo mundo do cinema que foi a jóia Somewhere."

Blog do Bonequinho: "Nunca se viu a cineasta com uma verve social tão crítica quanto nesta história baseada em fatos reais sobre uma quadrilha de jovens bem-nascidos cujo hobby é invadir a casa de famosos, como Paris Hilton."


> FRUITVALE STATION (de Ryan Coogler)

Spoiler Movies: " É, portanto, uma fascinante investigação sobre o contraste entre a percepção da mídia e as (cruéis) dificuldades da vida: A família, o sustento, os sonhos, os relacionamentos, as tentações, tudo a construir e tudo a ruir."

Folha de São Paulo: "Fruitvale Station, que venceu os prêmios de júri e público no último Festival de Sundance, foi aplaudido de pé por cinco minutos na abertura da competição oficial da mostra paralela Un Certain Regard."

Awards Daily: "Um dos grandes sucessos no Festival de Sundance deste ano, Fruitvale foi comprado pela The Weinstein Company, rebatizada de Fruitvale Station e instantaneamente tornou-se 'o filme de Sundance que vai chegar ao Oscar'." 


CANNES 2013  | 15 de maio, 1º dia:

Cannes #1


O GRANDE GATSBY [de Baz Lurhmann]


Luiz Carlos Merten: "Se vocês me perguntarem se gostei de O Grande Gatsby, não tive uma paixão fulgurante como a que senti por Moulin Rouge – e até escrevi um livro, Cinema – Entre a Realidade e o Artifício, movido pela paixão. Mas Gatsby me perturbou, ficou comigo. A trilha é uma coisa de louco."

Awards Daily: "O Grande Gatsby não é um grande filme. Tem momentos de grandeza (...). A melhor parte do filme reside no desempenho singular de Leonardo DiCaprio como o indescritível e sonhador provocante, Jay Gatsby."

Ana Maria Bahiana: "O gosto de Luhrmann é extremo e, sim, dependendo do ponto de vista, pode flertar com o mau gosto. Mas o mundo de Gatsby é um mundo de excesso, de vulgaridade, e as escolhas de Luhrmann só fazem acentuar este delírio do consumo extremo".


CANNES 2013  | SELEÇÃO OFICIAL:

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Ao anunciar os títulos que vão participar do festival de cinema mais importante do mundo, que acontece em maio em Cannes, a curadoria de Giles Jacob mostrou que prefere não arriscar: como tem acontecido nos últimos anos, quando o assunto é a competição principal, a aposta é nos nomes tradicionais e consagrados. Competem esse ano os novos filmes de Ethan e Joel Coen (“Inside Llewyn Davis”), Roman Polanski (“Venus in Fur”), Nicolas Winding Refn (“Only God Forgives”), Alexander Payne (“Nebraska”), François Ozon (“Jeune et Jolie”), Paolo Sorrentino (“La grande bellezza”), Takashi Miike (“Wara No Tate”), Steven Soderbergh (“Behind The Candelabra”), Zhangke Jia (“Tian Zhy Ding”) e James Gray (“The Immigrant”), entre outros. Apenas seis cineastas fazem sua estreia na competição oficial do Festival e dois deles já são mundialmente celebrados: o iraniano Asghar Farhadi (“Le Passé”) e o francês Abdellatif Kechiche (“La vie d’Adèle”).

Baz Luhrmann, que competiu há 12 anos com “Moulin Rouge”, de onde o filme começou sua escalada de sucesso, vai abrir a competição oficial com sua versão para O GRANDE GATSBY, com Leonardo DiCaprio e Carey Mullligan. E outros nomes sempre esperados na seleção principal, como os de Sofia Coppola (“The Bling Ring”), Johnnie To (“Blind Detective”), Claire Denis (“Les Saluds”) e Stephen Frears (“Muhammad Ali's Greatest Fight”), serão exibidos em sessões paralelas também dentro do Festival.

O júri oficial será presidido por Steven Spielberg e a boa seleção de filmes com grandes nomes do cinema só reafirma a necessidade dos apaixonados pela sétima arte em ficar de olho no que acontece na França, entre 15 e 26 de Maio.


EM COMPETIÇÃO:

  • BEHIND THE CANDELABRA de Steven SODERBERGH
  • BORGMAN de Alex VAN WARMERDAM
  • GRIGRIS de Mahamat-Saleh HAROUN
  • HELI de Amat ESCALANTE
  • INSIDE LLEWYN DAVIS de Ethan COEN, Joel COEN
  • JEUNE & JOLIE  de François OZON
  • JIMMY P. (PSYCHOTHERAPY OF A PLAINS INDIAN) de Arnaud DESPLECHIN
  • LA GRANDE BELLEZZA de Paolo SORRENTINO
  • LA VÉNUS À LA FOURRURE de Roman POLANSKI
  • LA VIE D'ADÈLE - CHAPITRE 1 & 2 de Abdellatif KECHICHE
  • LE PASSÉ de Asghar FARHADI
  • MICHAEL KOHLHAAS de Arnaud DES PALLIÈRES
  • NEBRASKA de Alexander PAYNE
  • ONLY GOD FORGIVES de Nicolas WINDING REFN
  • ONLY LOVERS LEFT ALIVE de Jim JARMUSCH
  • SOSHITE CHICHI NI NARU (Like Father, Like Son) de KORE-EDA Hirokazu
  • THE IMMIGRANT de James GRAY
  • TIAN ZHU DING (A TOUCH OF SIN) de JIA Zhangke
  • UN CHÂTEAU EN ITALIE de Valeria BRUNI TEDESCHI
  • WARA NO TATE (Shield of Straw) de Takashi MIIKE

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