segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

LIVRE (Wild, 2014, de Jean-Marc Vallée)Impossível assistir ao novo filme do diretor Jean-Marc Vallée sem lembrar de NA NATUREZA SELVAGEM, um poderosíssimo drama dirigido por Sean Penn em 2007: as histórias são muito parecidas e o filme de Vallée perde bastante na comparação. Dessa vez, a protagonista é Cheryl, uma mulher que, recuperando-se de acontecimentos ruins e decisivos em sua vida, decide tirar uns dias de reflexão e percorrer uma trilha selvagem no interior dos Estados Unidos. O papel rendeu a atriz Reese Whiterspoon uma indicação ao Oscar (a atriz Laura Dern, que vive a mãe da personagem, também foi lembrada na categoria de coadjuvante), mas perto do que o personagem de Emile Hirsch passou, a protagonista parece estar em um parque de diversões. Bastante precavida, ela carrega tudo o que pode nas costas (uma barraca, panelas, fogareiro, casaco de neve). Cheryl não parece tão intencionada em tirar uma folga da vida tumultuada e a narrativa, seja nos flashbacks ou no tempo atual, é cheio de justificativas para endossar a mulher que não consegue abandonar a vida que deixou pra trás. Se há um acerto grandioso, ele está nas ótimas inserções de famosas canções que compõem a trilha sonora: tocadas em um volume baixo, como fundo de sequências específicas, funcionam como representação aos pensamentos da personagem, daqueles que a gente tem e rumina por muito tempo, sem nunca chegar a dizer a ninguém.

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