quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

ELA provavelmente é um daqueles filmes que detém potencial e qualidades para se tornar um referencial da história da sétima arte ou um exemplar extremamente representativo de sua época. É a reinvenção do cinema clássico em uma narrativa incrivelmente contemporânea (sob essa ótica, se encaixa no mesmo padrão de "A Rede Social", de David Fincher). Joaquin Phoenix encara um difícil personagem que se apaixona e vive um relacionamento com um programa de computador inteligente, uma espécie de secretária pessoal informatizada, capaz de controlar tudo em poucos segundos - além de se relacionar incrivelmente bem com seu proprietário. Samantha, a mente inteligente, é loquaz, doce, sensível e um bocado humanizada, que ganha vida na soberba voz de Scarlett Johansson (que nunca tem um rosto em todo o filme). O encontro entre os dois beira o sublime pela honestidade dos sentimentos, e o filme toca em questionamentos realmente fortes sobre os relacionamentos dos dias hoje e sobre sentir-se sozinho em meio ao mundo e ao caos diário. Em alguns momentos, há uma tentativa desnecessária de paralelizar a situação com um espelho de outro relacionamento "normal" que degringolou do dia pra noite (na pouco aproveitada personagem de Amy Adams), o que tira o brilho pleno do enredo de Spike Jonze, mas que merece ser minimizado diante das virtudes apresentadas pelo roteirista e diretor.
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Para ver: ELA (Her, 2013, de Spike Jonze). Com Joaquin Phoenix, Scarlett Johansson, Olívia Wilde, Rooney Mara, Amy Adams, Chris Pratt. 
Cotação: 


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ELA está em cartaz nos cinemas a partir de sexta, 14 de fevereiro.

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